segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sui Generis



Poucos risos, a fila na calçada era grande. A maioria estava de braços cruzados, olhando os carros que passavam, com medo de serem descobertos. A minha vez estava quase chegando, minhas pernas pediam descanso, pedia à elas compreensão.
Agora eu era o próximo. O lugar sujo e feio estava conseguindo atrair a freguesia masculina, com um chá insólito.
Uma porta de madeira se abriu. Entrei. Conheceria o famoso chá. Seria ele alucinógeno? Do que seria feito? Minhas mãos suavam. Um japonês, inteiro de branco, com um ideograma grande, preto, gravado em seu avental, me fez andar por um corredor. Por ali imagens de praticantes do kama-sutra, insinuavam o que me aguardava.
Ao chegar numa sala de tons e cheiros eróticos, deparei-me com um balcão. Sentei em um dos bancos. Ele soltou um grito e a cortina de veludo foi se abrindo. Mulheres nuas, de varias nacionalidades e tipos, estavam deitadas de pernas abertas. O japonês mandou eu escolher uma. Apontei o dedo para a maior boceta de todas. Grande e rosada, como uma borboleta de carne. Ela se levantou e marchando sumiu, por outra cortina que ficava mais atrás. O que viria agora? Passado cinco minutos, o balcão começou a girar, trazendo uma chícara fumegante. O cheiro denunciava tudo; estava na minha frente o mistério revelado. Era um chá de boceta. Tomei.

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