quinta-feira, 16 de julho de 2009

Ônibus


A chuva forte havia passado. O chuvisco continuava a cair. Parei ao lado do ponto de ônibus e fiquei ali, esperando de braços cruzados por ele. Algumas pessoas se escondiam debaixo das marquises das lojas. O ônibus apontou no alto da avenida e começou a descer em minha direção. Aquelas pessoas saíram da marquise e pararam ao meu lado, uma delas com um pé na calçada e o outro na rua. A outra fez sinal para ele, então continuei de braços cruzados. Quando chegou, correram pra dentro. Ia subir e o cobrador me disse “já lotou” a porta fechou e foram embora. Continuei ali com a chuva. Quando o próximo apontou, aconteceu o mesmo as pessoas vieram do meu lado, pareciam baratas que saiam apenas na hora que avistavam um biscoito. Dessa vez quando a porta abriu empurrei algumas pessoas, uma velha caiu. Lamentei. Mas tinha conseguido, estava dentro.
Ao meu lado havia uma mulher de uns trinta anos, mas não sei, não olhei quase para ela. Do outro, uma outra carregava uma criança suja no colo que segurava um pastel não muito limpo. Fiquei olhando para as duas e para o motorista. A mãe dobrou o pastel em quatro e guardou na sacola. Um pouco da carne moida caiu no chão e na roupa da filha. Desci no próximo ponto. A chuva continuava.

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