quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sábado a Noite





















ele vomitou na mesa do bar
as mulheres e os homens olharam
a mão brilhante
e
molhada
e então quis beber do meu uísque
"com essa boca vomitada não"
continuou a insistir
enquanto eu dizia NÃO É NÃO filho da puta
eu desviava o copo, enquanto ele tentava alcança-lo
como quando a gente tortura uma criança
levantando o brinquedo no ar
acabei pegando-o pela garganta
isso exaltou os animos
depois fizemos as pazes
dando um abraço
me lavei no banheiro
ele havia encostado em mim
passado alguns minutos
tentou dessa vez um gole da minha água
escapei para a outra ponta do bar
mas aí tudo perdeu a graça
e voltei perto dele
ele era uma boa distração
aquele cabelo maluco
um ninho de pombo de 3 andares
e a cabeça pendendo pra baixo
mais tarde sumiu
descobri que havia partido em um táxi
acabei indo embora também
a festa ficou sem graça

2 comentários:

  1. E sendo estando no bar,
    vejo o vômito enquanto
    uma prova, é claro escatologica,
    do amor.
    Mesmo que seja uma mera cuspidinha!
    E além das mãos, brilham os olhos!
    Ha, as belas noites de sábado ficam
    nas memórias e nas graças das manhãs
    de domingo.
    Zamba

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