quarta-feira, 8 de julho de 2009

Vampiro


Assistia televisão em mais uma noite comum. Mudei de canal. Um vampiro chupava um pescoço. A cena era sensual. O telefone tocou, não atendi, continuei assistindo.
O filme acabou, fui até a janela, olhei a cidade lá embaixo. Se eu fosse um vampiro de verdade, sairia voando e escolheria minha vítima; pensei. Sempre quis voar. Fui dormir.
Na noite seguinte aluguei todos os filmes sobre o assunto.

Entrei no elevador. Cumprimentei Virgínia uma moradora do prédio. A sua beleza sempre me excitara, me intimidava também. Fiquei reto, olhando para porta. Um vampiro não pode ser tímido, pensei comigo. Olhei para o fundo dos seus olhos, comecei a conversar. Chegamos na garagem. Dei um beijo em seu rosto, perto do pescoço. Passe lá depois, disse Virgínia.
Entrei no carro, fui para a estrada. Parei no acostamento, fiz sinal para uma mulatinha. Ela entrou no carro. Tentei morder sua jugular, ela socou meu saco e escapou. Desde então ando mais prevenido.
O dia clareava, comecei a me sentir fraco. Voltei para o apartamento e deitei na cama. Era muito mole. Eu precisava de um caixão.
Já era dia lá fora, teria de esperar a chegada da noite para ir comprá-lo. Dormi na banheira.
Hoje foi o primeiro dia que dormi no caixão. Sinto-me bem.
Fui até ao apartamento da Virgínia, bati com força na porta.
Fodemos durante duas horas. Foi gostoso. Virgínia fumava um cigarro, virei de lado para não sentir o cheiro. Não podia pedir para apagá-lo, sou educado. Dei uma martelada na sua cabeça, em seguida mais algumas. Passei o estilete no seu pescoço. Bebi todo sangue. Eu era agora um vampiro de verdade. Fui até a janela, olhei a cidade lá embaixo, as luzes brilhavam. Saltei.

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